quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Humoristas protestam no RJ contra lei que proíbe fazer

 piada com políticos

Passeata reuniu nomes do primeiro time do humor brasileiro.
Multidão caminhou e brincou da orla de Copacabana ao Leme.

Bernardo TabakDo G1 RJ
Hélio de La Peña, Marcelo Madureira e Fábio Porchat comandam
 o protesto.
Humoristas se reuniram na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, 
na tarde de muito sol deste domingo (22), para tratar de um assunto
 sério. Eles foram protestar contra uma lei eleitoral que proíbe que 
sejam feitas sátiras com candidatos durante o período de campanha
 eleitoral. A manifestação, que foi organizada pelo grupo Comédia em 
Pé, teve a participação de grandes nomes do humor nacional, como 
Hélio de La Peña, Marcelo Madureira e Cláudio Manoel, do Casseta
 & Planeta, Danilo Gentili, do CQC, Sabrina Sato, do Pânico na TV, 
além de Sérgio Malandro, Bruno Mazzeo, Lúcio Mauro Filho e outros.
A lei eleitoral 9.504, de 1997, diz em seu texto, que é proibido a emissoras
 de TV ou de rádio “usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio
 ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, 
partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito”.
 A proibição vale tanto para a programação normal, como para os noticiários.
“É como se proibissem falar de futebol em época de Copa do Mundo”, 
comparou Mazzeo. “Essa lei é estapafúrdia e antidemocrática. E a democracia
 foi reconquistada no Brasil com muita luta. Muita gente morreu para que a
 gente vivesse em um país democrático”, enfatizou Lúcio Mauro Filho, um dos 
mais incisivos no discurso.
Para humorista, fazer humor hoje é mais difícil do que na ditadura
Marcelo Madureira, um dos fundadores do jornal Casseta Popular, que fazia
 sátiras de políticos em plena ditadura, disse que é mais difícil fazer humor hoje
 do que durante o regime militar. “Hoje a censura é pior porque não é explícita. 
Tanto políticos de direita, quanto de esquerda, usam o poder que têm para inibir
 emissoras de rádio e TV”, ressaltou. “Os políticos não querem ser expostos”,
 acrescenta Lúcio Mauro. “Hoje, existe um movimento anti-imprensa, antimídia.
 Uma lei anti-humor deixa o Brasil muito atrasado”, analisa Cláudio Manoel.
O protesto, que atraiu a atenção de centenas de pessoas, se concentrou em frente
 ao Hotel Copacabana Palace. Por volta das 16h, os humoristas, acompanhados
 de uma multidão, fizeram uma caminhada em direção à Praia do Leme, continuação
 da orla de Copacabana. Os manifestantes recolheram assinaturas contra a lei.
Marcelo Madureira, ao lado de Fábio Porchat, integrante do Grupo Comédia em
 Pé, comandaram a passeata. E durante o percurso ficou provado que, como
 manifestantes, eles são ótimos humoristas, pois muitos comediantes ficaram para
 trás, ainda na concentração. “Rubinho, Rubinho”, berrou Porchat ao megafone, 
acompanhado pela multidão, chamando pelos atrasados. Mais adiante, outro 
coro foi puxado: “Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos liberdade para os
 humoristas do Brasil!”.
“Essa lei não deveria nem existir”, afirmou Danilo Gentili. “Os políticos abriram a
 ‘porta dos desesperados’ errada, e agora os humoristas saíram atrás deles”, 
brincou Sérgio Malandro, referindo-se a um quadro do seu antigo programa.
 “Os humoristas não vieram aqui fazer piadas, mas sim para lutar por elas”,
 concluiu Lúcio Mauro Filho.

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